The Teachings of Ajahn Chah
A collection of Ajahn Chah's translated Dhamma talks
Muitos de
n�s come�amos a praticar e mesmo ap�s
um ano ou dois, ainda n�o sabemos o que � o que. Ainda nos sentimos inseguros
em rela��o � pr�tica. Quando nos sentimos inseguros, n�o enxergamos que tudo �
nossa volta � claramente o Dhamma, e dessa forma buscamos os ensinamentos dos Ajaans.
Mas na verdade, quando conhecemos a nossa pr�pria mente, quando temos sati para olhar de perto para a mente,
existe a sabedoria. Todos os momentos e todas as situa��es se tornam ocasi�es
para ouvir o Dhamma.
Podemos aprender o Dhamma da natureza das �rvores, por exemplo. Uma �rvore nasce devido a causas e cresce seguindo o curso da natureza. Nisso, a �rvore est� nos ensinando o Dhamma, por�m n�o o entendemos. No seu devido tempo, ela cresce at� que brotos, flores e frutos apare�am. Tudo que vemos � a apar�ncia das flores e frutos, somos incapazes de interiorizar e contemplar isso. Por isso n�o sabemos que a �rvore est� nos ensinando o Dhamma. O fruto aparece e n�s simplesmente o comemos sem investigar: doce, azedo ou salgado, � a natureza da fruta. E esse Dhamma � o ensinamento da fruta. Dando seguimento, as folhas envelhecem. Elas ficam murchas, morrem e depois caem das �rvores. Tudo que vemos � que as folhas ca�ram. N�s pisamos nelas, varremo-las e isso � tudo. N�s n�o investigamos a fundo, por isso n�o sabemos que a natureza est�-nos ensinando. Mais tarde, as novas folhas brotam e n�s vemos somente isso, sem levar o assunto mais adiante. N�s n�o trazemos essas coisas para dentro das nossas mentes para contempl�-las.
Se pudermos
trazer tudo isso para dentro e investigar, veremos que o nascimento de uma
�rvore e o nosso pr�prio nascimento n�o t�m diferen�a. Este nosso corpo nasce e
existe dependendo de condi��es, dos
elementos terra, �gua, ar e fogo. Tendo a sua comida, ele crescer� e crescer�.
Todas as partes do corpo mudam e fluem de acordo com a sua natureza. N�o existe
diferen�a em rela��o � �rvore; cabelo, unhas, dentes e pele - tudo muda. Se
entendermos as coisas da natureza, ent�o entenderemos a n�s mesmos.
As pessoas
nascem. Ao final elas morrem. Tendo morrido elas nascem novamente. Unhas,
dentes e pele constantemente morrem e crescem outra vez. Se entendermos a
pr�tica ent�o veremos que uma �rvore n�o � diferente de n�s. Se entendermos os
ensinamentos dos Ajaans, ent�o nos daremos conta de que o exterior e o interior
s�o compar�veis. As coisas que possuem consci�ncia e aquelas sem consci�ncia
n�o s�o diferentes. Elas s�o iguais. E se entendermos essa identidade, ent�o
quando vemos a natureza de uma �rvore por exemplo, saberemos que n�o existe
diferen�a em rela��o aos nossos cinco khandhas
[12] -- corpo, sensa��o, percep��o,
forma��es mentais e consci�ncia. Se entendemos isso ent�o entendemos o Dhamma.
Se entendemos o Dhamma entendemos os cinco khandhas
e como eles se movem e
mudam constantemente, sem nunca parar.
Portanto quer
seja em p�, caminhando, sentados ou deitados, n�s dever�amos ter sati para vigiar e cuidar da mente.
Quando vemos as coisas externas � como se v�ssemos as coisas internas. Quando vemos
as coisas internas � como se v�ssemos as coisas externas. Se compreendermos
isso ent�o poderemos ouvir o ensinamento do Buda. Se compreendermos isso, ent�o
poderemos dizer que a qualidade do Buda, 'aquela que sabe', foi estabelecida Ela conhece o externo. Ela conhece o
interno. Conhece todas as coisas que surgem. Entendendo dessa forma, ent�o
sentados ao p� de uma �rvore ouviremos os ensinamentos do Buda. Em p�,
caminhando, sentados ou deitados, ouviremos os ensinamentos do Buda. Vendo,
ouvindo, cheirando, saboreando, tocando e pensando, ouviremos os ensinamentos
do Buda. O Buda � somente isso 'aquele que sabe' dentro dessa nossa mente. Ele
conhece o Dhamma, investiga o Dhamma. A qualidade do Buda, 'aquela que sabe',
surge, a mente se torna iluminada.
Se estabelecermos
o Buda dentro da nossa mente ent�o veremos tudo, contemplaremos tudo, como n�o
sendo diferente de n�s mesmos. Veremos v�rios animais, �rvores, montanhas e
plantas como n�o sendo diferentes de n�s mesmos. Veremos pessoas pobres e ricas
- elas n�o s�o diferentes! Elas possuemm toodas as mesmas caracter�sticas. Quem
compreende isto, estar� satisfeito em qualquer lugar. Ele ouve os ensinamentos
do Buda em todos os momentos. Se n�o compreendermos isso, ent�o mesmo que
gastemos todo o nosso tempo ouvindo os ensinamentos dos v�rios Ajaans, ainda
assim n�o compreenderemos o significado deles.
O Buda disse que
a ilumina��o do Dhamma � somente conhecer a Natureza, [13] a realidade que nos cerca, a Natureza que est� exatamente aqui! Se
n�o entendermos essa Natureza experimentaremos decep��es e alegrias, estaremos
perdidos em humores, fazendo surgir a tristeza e o remorso. Estar perdido em
objetos mentais � estar perdido na Natureza. Quando nos perdemos na Natureza
ent�o n�o entendemos o Dhamma. O iluminado apenas apontou essa Natureza.
Tendo surgido,
todas as coisas mudam e morrem. As coisas que fazemos, tal como pratos, tigelas
e vasilhas, todas possuem a mesma caracter�stica. Uma tigela � moldada devido a
uma causa, o impulso do homem em criar e na medida em que a usamos, ela fica
velha, se quebra e desaparece. �rvores, montanhas e plantas s�o o mesmo, at� os
animais e pessoas.
Quando A��a
Konda��a, o primeiro disc�pulo, ouviu o ensinamento do Buda pela primeira vez,
a compreens�o que ele alcan�ou n�o foi algo complicado. Ele simplesmente viu
que tudo aquilo que nasce est� sujeito � mudan�a e ao envelhecimento como uma
condi��o natural e no final das contas ter� que morrer. A��a Konda��a nunca
havia pensado nisso antes, ou se havia n�o estava completamente claro, dessa
forma ele n�o havia ainda se soltado, ele ainda estava agarrado aos khandhas. Estando sentado, com aten��o
plena, ouvindo o discurso do Buda, a qualidade do Buda surgiu nele. Ele recebeu
uma esp�cie de "transmiss�o" do Dhamma que era o conhecimento de que
todas as coisas condicionadas s�o impermanentes. Tudo aquilo que nasce tem que
ter o envelhecimento e a morte como resultado natural.
Essa sensa��o era
diferente de tudo aquilo que ele havia conhecido antes. Ele realmente entendeu
a sua mente e assim o "Buda" surgiu dentro dele. Naquela ocasi�o o
Buda declarou que A��a Konda��a havia recebido o Olho do Dhamma.
E o que � que
esse Olho do Dhamma v�? Esse Olho v� que tudo que nasce tem o envelhecimento e
a morte como resultado natural. "Tudo que nasce" significa tudo
mesmo! Quer seja material ou imaterial, tudo se encaixa no termo "tudo que
nasce". Se refere a toda a Natureza. Como este corpo por exemplo - nasce e
depois prossegue at� a extin��o. Quando � pequeno, "morre" da
inf�ncia para a juventude. Ap�s um tempo ele "morre" da juventude e
se transforma na meia idade. Ent�o prossegue para "morrer” da meia idade e
alcan�ar a velhice, finalmente chegando ao fim. �rvores, montanhas e plantas
todos t�m essa caracter�stica.
Portanto a vis�o
ou entendimento 'daquele que sabe' claramente entraram na mente de A��a Konda��a enquanto ele estava ali
sentado. Esse conhecimento de "tudo que nasce" ficou profundamente
cravado na sua mente, permitindo que ele desenraizasse o apego ao corpo. Esse
apego era sakkayaditthi. Isso
significa que ele n�o tomou o corpo como sendo um eu ou um ser, ou em termos de
"ele" ou "eu". Ele n�o se apegou ao corpo. Ele o viu com
clareza e dessa forma desenraizou sakkayaditthi.
E vicikiccha (d�vida) foi destru�da. Tendo
desenraizado o apego pelo corpo ele n�o duvidou do seu entendimento. Silabbata paramasa [14]
tamb�m foi desenraizado. A sua pr�tica se tornou firme e
segura. Mesmo se o seu corpo estivesse com dores ou febre ele n�o se agarraria
a ele, ele n�o tinha d�vida. Ele n�o teria d�vida porque havia desenraizado o
apego. Esse agarrar-se ao corpo � chamado de silabbata paramasa. Quando algu�m desenraiza essa id�ia de que o
corpo � o eu, o agarramento e a d�vida terminam. Se essa id�ia do corpo como o
eu apenas surgir na mente, ent�o o agarramento e a d�vida t�m in�cio exatamente
ali.
Portanto enquanto o Buda explicava o Dhamma, A��a Konda��a abriu o Olho do Dhamma. Esse Olho � exatamente "Aquele que v� com clareza". Ele v� as coisas de uma maneira diferente. Ele v� a Natureza. Ao ver a Natureza com clareza, o apego � desenraizado e 'Aquele que sabe' nasce. Antes ele sabia mas ainda tinha apego. Voc� poderia dizer que ele conhecia o Dhamma mas que ainda n�o o havia visto, ou que ele havia visto o Dhamma mas que ainda n�o estava integrado com ele.
No momento em que
o Buda disse, "Konda��a sabe." O que ele sabia? Ele sabia apenas
sobre a Natureza! Usualmente nos perdemos na Natureza, tal como com este nosso
corpo. Terra, �gua, fogo e ar se juntam para constituir este corpo. � um
aspecto da Natureza, um objeto material que podemos ver com o olho. Ele existe
na depend�ncia da comida, cresce e muda at� que finalmente chegue � extin��o.
Vindo para o
interior, aquilo que vigia o corpo � a consci�ncia - apenas 'Aquela que sabe',
uma consci�ncia �nica. Se vem atrav�s do ouvido ela � chamada, ouvir; se
atrav�s do nariz � chamada, cheirar; se atrav�s da l�ngua, saborear; se atrav�s
do corpo, tocar; e atrav�s da mente, pensar. Essa consci�ncia � uma s� mas
quando ela atua em diferentes lugares lhe damos nomes distintos. Atrav�s do
olho damos um nome, atrav�s do ouvido outro. Mas quer atue no olho, nariz,
l�ngua, corpo ou mente � somente uma consci�ncia. De acordo com as escrituras
elas s�o chamadas de as seis consci�ncias mas na realidade existe uma s�
consci�ncia que surge nessas seis bases diferentes. Existem essas seis
"portas" mas uma �nica consci�ncia. Que � exatamente a mente.
A mente � capaz
de entender a verdade da Natureza. Se a mente ainda tiver obstru��es, ent�o
dizemos que ela sabe atrav�s da ignor�ncia. Ela entende incorretamente e v�
incorretamente. Entender incorretamente e ver incorretamente ou entender e ver
corretamente � apenas uma �nica consci�ncia.
Falamos em entendimento incorreto e entendimento correto mas � uma coisa
s�. Correto e incorreto surgem deste �nico lugar. Quando existe o entendimento
incorreto dizemos que a ignor�ncia oculta a verdade. Quando existe o
conhecimento incorreto existe o entendimento incorreto, pensamento incorreto,
a��o incorreta, modo de vida incorreto - tudo est� incorreto! E por outro lado,
o caminho da pr�tica correta nasce nesse mesmo lugar. Quando o correto existe ent�o
o incorreto desaparece.
O Buda praticou
suportando muitas dificuldades e torturando-se com o jejum e assim por diante,
mas ele investigou a sua mente profundamente at� que finalmente ele desenraizou
a ignor�ncia. Todos os Budas possuem a mente iluminada, porque o corpo nada
sabe. Voc� pode aliment�-lo ou n�o, n�o faz diferen�a, ele pode morrer a
qualquer momento. Todos os Budas praticavam com a mente. Eles tinham a mente
iluminada.
O Buda, tendo
contemplado a sua mente, abandonou os extremos da pr�tica - entregar-se ao
prazer e entregar-se � dor - e no seu primeiro discurso exp�s o Caminho do Meio
entre esses dois. Mas n�s ouvimos o seu ensinamento e ele fere os nossos
desejos. N�s estamos encantados com o prazer e o conforto, encantados com a
felicidade, pensamos que estamos bem, estamos excelentes - isso � entregar-se
ao prazer. N�o � o caminho correto. Descontentamento, desprazer, antipatia e
raiva - isso � entregar-se � dor. Esses s�o os extremos que algu�m que est� no
caminho da pr�tica deve evitar.
Esses
"caminhos" s�o simplesmente a felicidade e a infelicidade que surgem.
Aquela "que est� no caminho" � esta mente, 'aquela que sabe'. Se um
humor bom surge nos agarramos a ele como bom, isso � entregar-se ao prazer. Se
um humor desagrad�vel surge nos agarramos a ele atrav�s do desprazer - isso �
entregar-se � dor. Esses s�o os caminhos incorretos, eles n�o s�o os caminhos
de um meditador. Eles s�o os caminhos de um mundano, aquele que busca a
divers�o e a felicidade e que evita o desagrado e o sofrimento.
O s�bio conhece
os caminhos incorretos mas ele os abandona, ele desiste deles. Ele n�o �
afetado pelo prazer nem pelo desprazer, felicidade e infelicidade. Essas coisas
surgem mas aqueles que sabem n�o se apegam a elas, eles se soltam delas e deixam-nas
ser de acordo com a natureza delas. Esse � o entendimento correto. Quando
algu�m entende isso completamente, ent�o existe a liberta��o. A felicidade e a
infelicidade n�o t�m qualquer significado para um Iluminado.
O Buda disse que
os Iluminados est�o muito afastados das contamina��es. Isso n�o significa que
eles fogem das contamina��es, eles n�o correm para nenhum lugar. As
contamina��es est�o ali. Ele as comparou a uma folha de l�tus em um lago. A
folha e a �gua existem juntas, elas est�o em contato, mas a folha n�o fica
�mida. A �gua � tal como as contamina��es e a folha de l�tus � a Mente
Iluminada.
Com a mente
daquele que pratica ocorre o mesmo; ela n�o sai correndo para nenhum lugar, ela
fica exatamente no lugar. O bem, o mal, a felicidade e a infelicidade, o
correto e o incorreto surgem e ele os conhece a todos. O meditador simplesmente
os conhece, eles n�o entram na sua mente. Isto �, ele n�o possui apego. Ele �
simplesmente aquele que experiencia. Dizer que ele simplesmente experiencia � utilizar
a nossa linguagem comum. Na linguagem do Dhamma dizemos que ele deixa que a sua
mente siga o Caminho do Meio.
Essas a��es de
felicidade, infelicidade e assim por diante surgem constantemente porque elas s�o
caracter�sticas do mundo. O Buda se iluminou no mundo, ele contemplou o mundo.
Se ele n�o tivesse contemplado o mundo, se ele n�o tivesse visto o mundo, ele
n�o poderia t�-lo superado. A ilumina��o do Buda foi simplesmente a ilumina��o
deste mundo. O mundo ainda estava ali: ganho e perda, elogio e cr�tica, fama e
m� reputa��o, alegria e tristeza ainda ali estavam. Se n�o fossem por essas
coisas n�o haveria nada do que se iluminar! O que ele conhecia era apenas o
mundo, aquilo que cerca os cora��es das pessoas. Se as pessoas seguem essas
coisas, buscando o elogio e a fama, ganho e alegria e tentam evitar os seus
opostos, elas afundam sob o peso do mundo.
Ganho e perda,
elogio e cr�tica, fama e m� reputa��o, alegria e tristeza - isso � o mundo. A
pessoa que est� perdida no mundo n�o tem por onde escapar, o mundo a subjuga.
Esse mundo segue a Lei do Dhamma portanto o chamamos de dhamma mundano. Aquele
que vive no dhamma mundano � chamado de um ser mundano. Ele vive cercado pela
confus�o.
Portanto, o Buda nos
ensinou a desenvolver o caminho. Podemos dividi-lo em virtude, concentra��o e
sabedoria - desenvolvam-no at� a sua finaliza��o! Esse � o caminho da pr�tica
que destr�i o mundo. Onde est� o mundo? Est� justamente nas mentes dos seres
que est�o encantados com ele! A a��o de apegar-se ao elogio, ganho, fama,
alegria e tristeza � chamada o "mundo". Quando isso est� l� na mente,
ent�o o mundo surge, o ser mundano nasce. O mundo nasce devido ao desejo.
Desejo � o lugar de nascimento de todos os mundos. Dar um fim ao desejo � dar
um fim ao mundo.
A nossa pr�tica
de virtude, concentra��o e sabedoria � chamada de Caminho �ctuplo. Esse Caminho
�ctuplo e os oito dhammas mundanos s�o um par. Como � que eles s�o um par? Se
falamos de acordo com as escrituras, dizemos que o ganho e a perda, elogio e
cr�tica, fama e m� reputa��o, alegria e tristeza s�o os oito dhammas mundanos.
Entendimento Correto, Pensamento Correto, Linguagem Correta, A��o Correta, Modo
de Vida Correto, Esfor�o Correto, Aten��o Plena Correta e Concentra��o Correta,
esse � o Caminho �ctuplo. Esses dois caminhos �ctuplos existem no mesmo lugar.
Os oito dhammas mundanos est�o exatamente aqui nesta mente, com 'Aquele que
sabe' mas esse 'Aquele que sabe' tem obstru��es e dessa forma sabe da forma
incorreta e assim se torna o mundo. �
exatamente este 'Aquele que sabe', nenhum outro! A qualidade do Buda ainda n�o
surgiu nessa mente, ela ainda n�o se retirou do mundo. Uma mente assim � o mundo.
Quando praticamos
o caminho, quando treinamos nosso corpo e linguagem, tudo ocorre nessa mesma
mente. � o mesmo lugar, portanto eles v�em um ao outro, o caminho v� o mundo.
Se praticarmos com essa nossa mente, encontraremos esse apego ao elogio, fama,
ganho e alegria, vemos o apego ao mundo.
O Buda disse,
"Voc�s devem conhecer o mundo. Ele fascina como uma carruagem real. Os
tolos se hipnotizam mas os s�bios n�o se deixam enganar." N�o que ele
quisesse que fossemos pelo mundo olhando para tudo, estudando tudo a seu
respeito. Ele simplesmente queria que observ�ssemos esta mente que est� apegada
ao mundo. Quando o Buda nos disse para olharmos para o mundo ele n�o queria que
fic�ssemos presos nele, ele queria que n�s o investig�ssemos, porque o mundo
nasce exatamente nesta mente. Sentado � sombra de uma �rvore voc� pode olhar
para o mundo. Quando existe desejo o mundo passa a existir exatamente ali. No
querer � onde o mundo nasce. Extinguir o querer � extinguir o mundo.
Quando sentamos
em medita��o n�s queremos que a mente fique tranq�ila, mas ela n�o fica. Porque acontece isso? N�s n�o queremos
pensar e no entanto pensamos. Tal como uma pessoa que se senta sobre um
formigueiro: as formigas a picar�o o tempo todo. Quando a mente � o mundo, ent�o mesmo sentados quietos com os nossos
olhos cerrados, tudo que vemos � o mundo. Prazer, tristeza, ansiedade, confus�o
- tudo surge. Porque isso? � porque n�ss aiinda n�o realizamos o Dhamma. Se a
mente � assim, o meditador n�o consegue tolerar os dhammas mundanos, ele n�o os
investiga. � como se ele estivesse sentado sobre um formigueiro. As formigas
ir�o mord�-lo porque ele est� na casa delas! Portanto o que ele deve fazer? Ele
deve procurar algum veneno ou usar o fogo para expuls�-las.
Mas a maioria dos
praticantes do Dhamma n�o v� dessa forma. Se eles se sentem satisfeitos eles
simplesmente seguem essa satisfa��o, sentindo-se insatisfeitos eles seguem
isso. Ao seguir os dhammas mundanos a mente se torna o mundo. �s vezes podemos
pensar, "Ah, eu n�o consigo fazer isso, est� al�m da minha
capacidade...", ent�o, n�s nem mesmo tentamos! Isso porque a mente est�
cheia de contamina��es, os dhammas mundanos n�o permitem que o caminho surja.
N�o conseguimos continuar o desenvolvimento da virtude, concentra��o e
sabedoria. Tal como a pessoa sentada sobre o formigueiro. Ela n�o pode fazer
nada, as formigas a est�o mordendo e tomando todo o seu corpo, ela est� imersa
na confus�o e agita��o. Ela n�o consegue eliminar o perigo do lugar em que est�
sentada, assim ela simplesmente se deixa ficar ali sentada, sofrendo.
Assim � a nossa
pr�tica. Os dhammas mundanos existem nas mentes dos seres mundanos. Quando
esses seres desejam encontrar a paz os dhammas mundanos surgem. Quando a mente
� ignorante existe somente a escurid�o. Quando o conhecimento surge a mente �
iluminada, porque a ignor�ncia e o conhecimento surgem no mesmo lugar. Quando a
ignor�ncia surge, o conhecimento n�o consegue entrar, porque a mente aceitou a
ignor�ncia. Quando o conhecimento surge, a ignor�ncia n�o pode permanecer.
Deste modo, o
Buda exortou os seus disc�pulos a praticarem com a mente, porque o mundo nasce
nesta mente, os oito dhammas mundanos est�o ali. O Caminho �ctuplo, isto �, a
investiga��o atrav�s da medita��o da tranq�ilidade e insight, o nosso esfor�o
dedicado e a sabedoria que desenvolvemos, todas essas coisas afrouxam o
agarramento ao mundo. Cobi�a, avers�o e delus�o se tornam mais leves e sendo
mais leves, n�s os conheceremos como tal. Se experimentarmos a fama, o ganho,
elogio, alegria ou tristeza, estaremos conscientes disso. N�s precisamos
conhecer essas coisas antes que possamos transcender o mundo, porque o mundo
est� dentro de n�s.
Quando nos
livramos dessas coisas � o mesmo que sair de uma casa. Quando entramos numa
casa que tipo de sensa��es temos? Sentimos que atravessamos a porta e entramos
na casa. Quando sa�mos da casa sentimos que a deixamos e que estamos na clara
luz do dia, n�o est� mais escuro como estava l� dentro. A a��o da mente ao
entrar nos dhammas mundanos � a mesma que entrar na casa. A mente que destruiu
os dhammas mundanos � igual �quela que saiu da casa.
Portanto, o
praticante do Dhamma deve se tornar algu�m que testemunha o Dhamma por si
mesmo. Ele sabe por si mesmo se os dhammas mundanos foram embora ou n�o, se o
caminho foi desenvolvido ou n�o. Quando o caminho foi bem desenvolvido ele
purifica os dhammas mundanos. Ele se torna cada vez mais forte. O entendimento
correto cresce enquanto que o entendimento incorreto diminui, at� que
finalmente o caminho destr�i todas as impurezas - ou isso, ou as impurezas
destruir�o o caminho!
Entendimento
correto e entendimento incorreto, s� existem esses dois caminhos. O
entendimento incorreto tamb�m possui os seus truques, voc�s sabem, ele possui
sabedoria - mas � uma sabedoria que est� equivocada. O meditador que come�a a
desenvolver o caminho experimenta uma separa��o. No final, � como se ele fosse
duas pessoas - uma no mundo e a outra
no caminho. Elas se dividem, elas se separam. Sempre que ele estiver
investigando haver� essa separa��o, e ela continua at� que a mente atinja o
insight, vipassana.
Ou talvez seja vipassanu! [15] Tentando estabelecer resultados ben�ficos atrav�s da nossa
pr�tica, vendo esses resultados, nos apegamos a eles. Esse tipo de apego surge
porque queremos obter algo da pr�tica. Isso � vipassanu, a sabedoria com as impurezas ( isto �, "sabedoria
impura"). Algumas pessoas desenvolvem a bondade e se apegam a ela, elas
desenvolvem a pureza e se apegam a isso, ou elas desenvolvem sabedoria e se
apegam a ela. A a��o de se apegar a essa bondade ou conhecimento � vipassanu, infiltrando-se na nossa
pr�tica.
Portanto, se voc�
desenvolver vipassana, tenha cuidado!
Fique atento com rela��o a vipassanu,
porque elas s�o t�o parecidas que �s vezes voc� n�o consegue diferenci�-las.
Mas com o entendimento correto podemos v�-las com clareza. Se for vipassanu o sofrimento ir� surgir
ocasionalmente. Se for realmente vipassana
n�o h� sofrimento. H� paz. Ambas a felicidade e a infelicidade s�o silenciadas.
Isso voc� poder� ver por si mesmo.
Esta pr�tica requer
resist�ncia. Algumas pessoas, quando praticam, n�o querem ser perturbadas por
nada, elas n�o querem fric��o. Mas a fric��o � a mesma de antes. Precisamos
tentar encontrar um fim para a fric��o atrav�s da pr�pria fric��o! Portanto, se
existe fric��o na sua pr�tica, ent�o est� tudo bem. Se n�o existe fric��o, n�o
est� bem, voc� come e dorme quanto quiser. Sempre que voc� quer ir a algum
lugar ou dizer algo voc� simplesmente segue os seus desejos. O ensinamento do
Buda irrita. O supramundano vai contra o mundano. O entendimento correto se
op�e ao entendimento incorreto, a pureza se op�e � impureza. O ensinamento
irrita os nossos desejos.
Existe uma
est�ria nas escrituras sobre o Buda, anterior � sua ilumina��o. Naquela
ocasi�o, tendo recebido um prato de arroz com leite, ele o colocou para flutuar
em uma correnteza e pensou o seguinte, "Se eu vou me iluminar, que esse
prato flutue contra a correnteza". O prato flutuou contra a correnteza!
Aquele prato era o entendimento correto do Buda, ou a natureza de Buda para a
qual ele despertou. Ele n�o seguiu os desejos dos seres comuns. Ele flutuou
contra a correnteza da sua mente, foi na dire��o contr�ria em todos os
sentidos.
Hoje em dia, da
mesma forma, os ensinamentos do Buda s�o opostos �s nossas vontades. As pessoas
querem se entregar ao desejo e � raiva, mas o Buda n�o as deixa. Elas querem
ser deludidas, mas o Buda destr�i a delus�o. Portanto, a mente do Buda se op�e
� mente dos seres mundanos. O mundo diz que o corpo � bonito, ele diz, n�o �
bonito. Eles dizem que o corpo nos pertence, ele diz que n�o � assim. Eles
dizem que o corpo � s�lido, ele diz que n�o �. O entendimento correto est�
acima do mundo. Seres mundanos simplesmente seguem o fluxo das torrentes.
Continuando com a
est�ria, quando o Buda se levantou de onde estava, ele recebeu oito punhados de
capim de um br�mane. O significado verdadeiro disso � que os oito punhados de
capim eram os oito dhammas mundanos - ganho e perda, elogio e cr�tica, fama e
m� reputa��o, alegria e tristeza. O Buda, ao receber o capim, decidiu sentar-se
sobre ele e entrar em samadhi. A a��o
de sentar-se sobre o capim foi em si samadhi,
isto �, a sua mente estava acima dos dhammas mundanos, subjugando o mundo at�
que ele compreendesse o transcendente. Os dhammas mundanos se converteram em
lixo, eles perderam todo significado. Ele estava sentado sobre o capim mas este
n�o obstruiu a sua mente de nenhuma forma. Os v�rios maras vieram na tentativa
de submet�-lo, mas ele simplesmente ficou ali sentado em samadhi, subjugando o mundo, at� que finalmente ele se iluminou no
Dhamma e derrotou Mara completamente. [16] Isto
�, ele derrotou o mundo. Portanto a pr�tica de desenvolvimento do caminho �
aquela que anula as contamina��es.
As pessoas nos
dias de hoje possuem pouca f�. Tendo praticado por um ou dois anos elas querem
chegar ao objetivo, e elas querem avan�ar r�pido. Elas n�o consideram que o
Buda, o nosso Mestre, havia deixado a sua casa fazia seis anos quando alcan�ou
a ilumina��o. � por isso que temos a "liberta��o da depend�ncia". [17] De acordo com as escrituras, um monge
precisa ter pelo menos cinco retiros de chuvas[18] para que ele seja considerado capaz de viver por sua pr�pria
conta. Ap�s esse per�odo ele ter� estudado e praticado o suficiente, ele
possuir� conhecimento adequado, ele possuir� f� e a sua conduta ser� boa.
Algu�m que tenha praticado por cinco anos, eu digo que ele � competente. Mas
ele precisa realmente praticar, n�o somente “andar” com os mantos durante cinco anos. Ele precisa realmente
cuidar da pr�tica, realmente faz�-lo!
At� que voc�
complete os cinco retiros das chuvas voc� se pergunta, "O que � essa
'liberta��o da depend�ncia' da qual o Buda falou?" Voc� realmente precisa praticar por cinco anos para ent�o conhecer
por voc� mesmo as qualidades �s quais ele se referiu. Depois desse tempo voc�
ser� competente, competente em rela��o � mente, algu�m que tem certeza. No
m�nimo, ap�s cinco esta��es das chuvas, a pessoa deve estar no primeiro n�vel
da ilumina��o. N�o s�o somente cinco esta��es das chuvas com o corpo mas cinco
esta��es das chuvas com a mente tamb�m. Esse monge teme a cr�tica e tem a no��o
da vergonha e da mod�stia. Ele n�o ousa agir de maneira incorreta quer seja na
frente das pessoas ou escondido delas, quer seja � luz do dia ou no escuro.
Porque n�o? Porque ele realizou o Buda, 'Aquele que sabe'. Ele toma ref�gio no
Buda, no Dhamma e na Sangha.
Para ter
verdadeira confian�a no Buda, no Dhamma e na Sangha precisamos ver o Buda. Qual
o benef�cio de tomar o ref�gio sem conhecer o Buda? Se ainda n�o conhecemos o
Buda, o Dhamma e a Sangha, a nossa tomada de ref�gio neles se torna um ato com
o corpo e com a fala somente, a mente ainda n�o os compreendeu. Uma vez que a
mente os tenha compreendido, saberemos como o Buda, o Dhamma e a Sangha
s�o. Ent�o poderemos realmente tomar ref�gio neles, porque essas coisas surgem
na nossa mente. Em qualquer lugar teremos o Buda, o Dhamma e a Sangha conosco.
Quem � assim n�o ousa
cometer atos ruins. � por isso que dizemos que aquele que alcan�ou o primeiro
est�gio da ilumina��o n�o ir� mais renascer nos estados miser�veis. A sua mente
tem certeza, ele entrou na Correnteza, ele n�o tem d�vida. Se ele n�o alcan�ar
a ilumina��o agora, certamente assim o far� em algum momento no futuro. Ele
pode fazer algo incorreto mas n�o o bastante para envi�-lo ao Inferno, isto �,
ele n�o regride para a pr�tica de a��es
prejudiciais com o corpo e com a linguagem, ele � incapaz disso. Dessa forma
dizemos que essa pessoa alcan�ou o Nascimento Nobre. Ela n�o ser� capaz de
retornar. Isso � algo que voc�s deveriam ver e conhecer por si mesmos nesta
mesma vida.
Nos dias de hoje,
aqueles que ainda t�m d�vidas acerca da pr�tica ouvem essas coisas e dizem,
"Ah, como poderei fazer isso?" �s vezes nos sentimos felizes, �s
vezes preocupados, satisfeitos ou insatisfeitos. Por que raz�o? Porque n�o conhecemos o Dhamma. Qual Dhamma?
Justamente o Dhamma da Natureza, a realidade que nos cerca, o corpo e a mente.
O Buda disse,
"N�o se apeguem aos cinco khandhas,
soltem-se deles, abandonem esses cinco khandhas!" Porque n�o conseguimos
solt�-los? Somente porque n�o os vemos ou conhecemos de forma completa. N�s os
vemos como sendo n�s mesmos, n�s nos vemos nos khandhas. Felicidade e sofrimento, n�s vemos a n�s mesmos, n�s nos
vemos na felicidade e no sofrimento. N�s n�o conseguimos nos separar deles.
Quando n�o conseguimos nos separar deles significa que n�o conseguimos ver o
Dhamma, n�o conseguimos ver a Natureza.
Felicidade,
infelicidade, alegria e tristeza - nenhum deles � n�s, mas n�s assumimos que
sim. Essas coisas entram em contato conosco e n�s vemos um peda�o de 'atta',
ou eu. Onde existe o eu, voc� encontra a felicidade, infelicidade e tudo mais.
Dessa forma, o Buda disse para destruir esse "peda�o" de eu, isto �,
destruir sakkaya ditthi. Quando o atta (eu) � destru�do, anatta (n�o-eu) naturalmente surge.
N�s assumimos que
a Natureza somos n�s e que n�s somos a Natureza, portanto n�o conhecemos a
Natureza de forma completa. Se ela � boa n�s rimos com ela, se � ruim n�s
choramos por ela. Mas a Natureza � simplesmente sankharas. Como dizemos no
c�ntico, Tesam vupasamo sukho --
pacificar os sankharas � a verdadeira
felicidade. Como n�s os pacificamos? Simplesmente, removemos o apego e vemos
como eles realmente s�o.
Portanto, existe
verdade neste mundo. �rvores, montanhas e plantas, todas vivem de acordo com a
sua verdade, elas nascem e morrem de acordo com a sua natureza. Somente n�s, as
pessoas, � que n�o somos verdadeiros! N�s vemos isso, mas criamos uma grande
confus�o em torno disso, a Natureza � impass�vel, ela simplesmente � como �.
N�s rimos, n�s choramos, n�s matamos, mas a Natureza permanece verdadeira, ela
� a verdade. N�o importa qu�o felizes ou tristes estejamos, este corpo
simplesmente segue a sua pr�pria natureza. Ele nasce, cresce e envelhece,
mudando e envelhecendo o tempo todo. Ele segue a Natureza dessa forma. Todo
aquele que considera que o corpo � o seu eu e o carrega consigo para todos os
lugares, ir� sofrer.
Portanto A��a
Konda��a reconheceu esse "tudo que nasce" em tudo, quer seja material
ou imaterial. A sua vis�o do mundo mudou. Ele viu a verdade. Quando levantou do
seu assento, ele levou junto essa verdade. A atividade de nascimento e morte
continuou e ele simplesmente olhava
para elas. Felicidade e infelicidade surgiam e desapareciam e ele simplesmente
as notava. A sua mente estava est�vel. Ele n�o mais se sujeitou aos estados
miser�veis. Ele n�o ficou excessivamente satisfeito ou desnecessariamente
preocupado por essas coisas. A sua mente estava firmemente estabelecida na
atividade de contempla��o.
Ali! A��a
Konda��a recebeu o Olho do Dhamma. Ele viu a Natureza, que n�s chamamos de sankharas, de acordo com a verdade. A
sabedoria � aquilo que conhece a verdade dos sankharas. Essa � a mente que sabe e que v� o Dhamma, que
capitulou.
At� que tenhamos
visto o Dhamma necessitamos ter paci�ncia e modera��o. Precisamos ter resist�ncia,
n�s precisamos renunciar! N�s precisamos cultivar a perseveran�a e a
resist�ncia. Porque precisamos cultivar a perseveran�a? Porque somos
pregui�osos! Porque precisamos desenvolver a resist�ncia? Porque n�s n�o
ag�entamos! Assim � como �. Por�m, quando j� estamos estabelecidos na nossa
pr�tica, demos fim � pregui�a, ent�o n�o necessitamos da perseveran�a. Se j�
conhecemos a verdade acerca de todos os estados mentais, se n�o ficamos felizes
ou infelizes por eles, n�o necessitamos empregar a resist�ncia, porque a mente
j� � o dhamma. 'Aquele que sabe' viu o Dhamma, ele � o Dhamma.
Quando a mente �
o Dhamma, ela p�ra. Ela alcan�ou a paz. N�o existe mais a necessidade de fazer
algo especial, porque a mente j� � o Dhamma. O exterior � o Dhamma, o interior
� o Dhamma. 'Aquele que sabe' � o Dhamma. Esse estado � o Dhamma e aquele que
conhece esse estado � o Dhamma. � um s�. Est� livre.
Essa Natureza n�o
� nascida, n�o envelhece ou adoece. Essa Natureza n�o morre. Essa Natureza n�o
� nem feliz nem infeliz, nem grande ou pequena, nem pesada ou leve, nem curta
ou comprida, nem preta ou branca. N�o h� nada que possa ser comparado a ela.
Nenhuma conven��o poder� alcan��-la. � por isso que dizemos que Nirvana n�o tem cor. Todas as cores s�o
meras conven��es. O estado que est� al�m do mundo est� al�m do alcance das
conven��es mundanas.
Portanto o Dhamma
� aquilo que est� al�m do mundo. � aquilo que cada pessoa deve ver por si
pr�pria. Est� al�m da linguagem. N�o pode ser colocado em palavras, podemos
apenas falar de formas e meios para realiz�-lo. A pessoa que o viu por si
mesma, concluiu a sua tarefa.
12. Khandhas. S�o os cinco
"agregados" que comp�em aquilo que denominamos "uma pessoa”. [Retorna]
13. Natureza neste caso se refere a todas as coisas, mentais e f�sicas, n�o somente
�rvores, animais, etc. [Retorna]
14. Silabbata paramasa tradicionalmente se
traduz como apego a preceitos e rituais. Neste caso o Vener�vel Ajaan o
conecta, juntamente com a d�vida, especificamente ao corpo. Essas tr�s coisas, sakkayaditthi, vicikiccha e silabbata
paramasa, s�o, nas escrituras, os tr�s primeiros dos dez "grilh�es",
que s�o abandonados ao alcan�ar o primeiro vislumbre da Ilumina��o, conhecido
como "Entrar na Correnteza". Com a ilumina��o completa todos dez
grilh�es s�o abandonados. [Retorna]
15. Isto �, vipassanupakkilesa
-- as contamina��es sutis que se originnam da pr�tica de medita��o. [Retorna]
16. Mara (o Sedutor), a personifica��o do mal no Budismo. Para o meditador � tudo
aquilo que perturba a busca pela ilumina��o. [Retorna]
17. "Liberta��o da depend�ncia," isto �, durante os primeiros cinco anos
ele vive sob a orienta��o de um monge mais graduado. [Retorna]
18. "Retiro das Chuvas" refere-se ao retiro anual de tr�s meses durante a
esta��o das chuvas, atrav�s do qual os monges contam a sua idade. Dessa forma
um monge com cinco retiros das chuvas foi ordenado faz cinco anos. [Retorna]